Hoje vos vou falar de uma guitarra pela qual sofro uma certa devoção. Nada mais e nada menos que as Washburn sa Série EC, ou mais conhecidas como “Spitfire“.
A marca Washburn, embora bastante conhecida, nunca teve grande reputação (embora injustamente). O único modelo que se tornou um clássico nesta marca é a N4, o signature model do famoso guitarrista Nuno Bettencourt. Mas sem dúvida no seu arsenal tem muitas mais que mereciam o pódio.
Para mim a série EC merece muito mais do que respeito. Tem 3 modelos, a 26, a 29 e a 36. O número da serie corresponde ao número de trastes que a guitarra possui. Foram produzidas entre 1988 e 1990 no Japão e USA. E tem todos os componentes para serem uma guitarra de sucesso ou de colecção.
As suas características são:
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Braço Neck-Though com 5 láminas e Corpo em maple em formato Strat.
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Formato do braço ultrafino, mas ao mesmo tempo resistente aos empenos. Tem o Stephen’s extended cutaway. O que torna esta guitarra muito confortável na hora de tocar em registos muito altos.
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2 Pickups activos: Um Humbucker e um Single coil obliquo. Temos um controlo de volume, um de tom e um potenciómetro para Booster. Bastante silenciosas e com um sabor a anos 80.
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A ponte é uma licenced Floyd Rose. Suponho que será um dos tendões de Aquiles destas guitarras, dado que não tem grande durabilidade e não existem peças para recâmbio. Contudo, tenho-me apercebido que são pontes bastante estáveis na sua afinação.
A primeira vez que vi esta fera, tinha eu 15 anos. A guitarra encontrava-se na montra de uma loja de música. Na altura eu não percebia absolutamente nada de guitarras eléctricas, mas passei horas a apreciar a beleza do espécime. Tinha um efeito de craquelado em tons de preto/creme, que lhe davam a sensação de ser pedra. Descobri uma igual na Internet.
Certamente muitos de vocês já sofreram muitas vezes (tal como eu) em ver a guitarra dos vossos sonhos na montra de uma loja, e voltar para casa de mãos vazias…
Passados alguns anos apareceu no nosso atelier uma guitarra para trocar o Jack de entrada (suponho que seja o outro tendão de Aquiles das Spitfire)
Quando abri a caixa senti um calafrio. Era a mesma guitarra que eu tinha visto quando “teenager”, só que em tons de ocre. Foi assim que descobri qual era a referencia da guitarra que me tinha atormentado na juventude: Uma Spitfire. Com esta guitarra descobri também que as EC-29 tem em braço muito estável e se conseguem acções muito baixas sem recorrer a muita ginastica. A guitarra ideal para um “shredder”.
Só em 2008 é que me apercebi que o João Cabeleira, dos “Xutos e Pontapés”, usava quase exclusivamente as “Washburn Spitfire”. Em conversa com o seu “roadie” também descobri que ele mais um fã destas bonecas.
A última que me apareceu pertence a um amigo do conhecido guitarrista “Paulo Barros”. A guitarra em questão era um bocado ruidosa ( o que indicava que a pintura electro-condutora teria perdido a qualidade). Daí ter que fazer uma blindagem ao circuito. Dado que o seu braço se encontrava um bocadito côncavo, reajustamos a guitarra no trussrod. Cabe destacar que esta guitarra nunca lhe foi feito um setup. Sinto-me orgulhoso de ter sido o primeiro, e acredito, que durante muitos anos não vai necessitar de outro.
eu tenho uma spit fire ec 29 sabes me dizer qual é o valor de mercado neste momento para uma guitarra de colecção.
5 euritos
Quanto é q vendes?
É dificil definir os preços destas guitarras. Já vi material deste a ser vendido por volta dos 1500€, e noutras ocasiões ninguem querer a guitarra no Ebay.
Contudo, é guitarra é conhecida pelo mundo, e não existem assim muitos exemplares da mesma. o obstante, em portugal há muito conhecimento da mesma.
1º Porque o Américo Nogueira era o importador da Washburn em Portugal (e poucos paises europeus tinahm importação desta marca, e pouco interesse) e ele tentou nos anos 80 divulgar ao máximo a marca no nosso pais.
2º Graças ao João Cabeleira dos Xutos e Pontapés. Afcionado destas guitarras (e recentemente vítima do roubo das mesmas)
O quê!!!!!? Roubaram a Spitfire do João Cabeleira!!!!!!!!!!!
http://www.tvi24.iol.pt/musica/artigo.html?id=1190194&div_id=3378
Não é uma, mas 3…
Pois.Realmente é pena que lhe tenham roubado as 3, mas sinceramente não percebo porque é que andava com 3 guitarras iguais, se em concerto só usava 1.
No entanto, acho que ele poderia experimentar a mandar fazer uma série só para ele (visto que gosta tanto das guitarras, e com imensa razão)
basta veres o concerto dos 30 anos no restelo, na musica enquanto a noite cai, vês o joão a tocar com a preferida, a vermelha, entretanto durante o solo faz má cara prá guitarra (provavelmente problema do floyd rose). na musica seguinte, remar remar, o kalu fica montes de tempo a aguentar a intro, os roadies estavam a tentar corrigir o problema, mas ele acaba por voltar já com a preta (guitarra back up). na musica seguinte volta para a vermelha. tinha tambem uma azul (back up do back up), que nunca o vi usar em palco. tenho tambem uma washburn ec-29, uma wr-104 (guitarra barata, foi a minha primeira, mas com um pickup emg e outros kitanços ficou muito boa), ambas usadas nos meus devaneios metaleiros, um baixo acustico tambem da washburn, mas de momento uso quase em exclusivo uma gibson les paul standard, e duas fender, jaguar e stratocaster
“O único modelo que se tornou um clássico nesta marca é a N4”
Não concordo…
Então e as Washburn Dime 3 e as Dime 3St ?!
http://i603.photobucket.com/albums/tt112/andreitonj/dimebag/WashburnDimeSig.jpg
Desculpe…quem disse isso?
eu tenho um baixo de qutro cordas de 88 impecavel e gostaria de saber o seu valor embora não seja pra vender está rigorosamente original
Boas.
Coloque fotos para que toda a comunidade possa descobrir o que é e quanto poderá valer…
Uma pequena correcção. As guitarras foram fabricadas de facto durante dois anos (1988-89) e tinham uma ponte Washburn tipo Floyd Rose. No entanto, só as de 1988 tinha um tremolo incompatível com um Floyd Rose original, por ter uma distância inferior na fixação. Esse é o Washburn 600-T. As de 1989 já vinham com o 600-S, em tudo igualzinho a um Floyd Rose original. Eu tenho uma EC29 de 1989, igualzinha à do cabeleira, com o 600-S e se quiser trocá-lo por um Floyd é só comprar e instalar directamente na slot. Quanto a ser o tendão de Aquiles, não concordo. O meu tem 25 anos, foi usado e abusado e mantém-se sempre afinadinho. Está gasto, mas totalmente funcional. E para os que acham que esta é uma guitarra só de metal, digo-vos que, combinando o pickup do braço com o humbucker em coil tap (passa a single coil) tem um som limpo quase igual a uma telecaster. Gosto de a usar nessa configuração, com uma ponta de overdrive, o pre-amp no máximo (boost) e o Carbon Copy a dar uma cor final. A minha guitarra preferida, muito versátil (não se deixem enganar pelo aspecto), tremendo conforto, som gigante.
Boas sr André
Ficamos-lhe muito agradecidos pelo seu comentário.
Isto ajuda a recordar mais estas guitarras.