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Técnicas de Gravação – Engrossar o som

Quantas vezes gravamos as nossas guitarras ( e não só)  e sentimos que o som não é cheio, é fraco e sem o “power” que desejaríamos. É aquele som, mas falta-lhe qualquer coisa.

Assim como um bom cozinheiro “engrossa” os seus molhos, nós também temos de engrossar o nosso som. Um tema muito esquecido por aficionados da gravação.

Como estamos sempre com disposição de ajudar aqui vai uma lista de possíveis exemplos para resolver este problema. Experimentem e divirtam-se:

Capturar o melhor som desde a fonte:

Sem dúvida que esta é a melhor solução de todas. Em primeiro lugar temos de escolher uma boa guitarra, um bom amp e efeitos. Com este material encontrar os sons que desejámos. Não se fazem limonadas com maçãs. Querem um som mais encorpado usem humbuckers ou guitarras ressonantes (como as Hollow Body). Nos amplificadores tentem equalizar o melhor possível o vosso som e procurem a melhor posição para os vossos microfones. Percam tempo e eliminem o que não está bem, especialmente efeitos e faixas extras. É melhor uma faixa boa do que uma boa e cinco más juntas.

Criem contraste:

Se um som é mais fraco não é necessariamente mau. Uma ideia utilizada em mistura consiste em usar uma guitarra com um som mais fraco na estrofe e um som mais forte no refrão. Isto faz com que a dinâmica da música seja variável, e por conseguinte mais agradável.

Estereofónica:

Um dos maiores truques que se usam nas gravações para densificar uma faixa é a criação de uma faixa estéreo. Existem diversas formas de o fazer:

  • A mais comum de todas é criar uma versão delay. Num canal colocámos a faixa original e no outro colocámos a mesma faixa com um ligeiro delay (entre 10ms a 25ms) sem feedback. Podemos recriar muitas variações desta técnica, seja com chorus, flanger, phaser,ou filtros. Uma muito comum nos anos 80 era um canal o som seco, noutro o som com reverb. Podem ouvir isso em Van Halen ou Scorpions.
  • No caso de querermos uma faixa mais discreta (sem efeitos) podemos fazer uma faixa estereo apenas com E.Q. cortem e aumentem alguns decibéis nas frequências do canal esquerdo (nada de exagerar) e façam o procedimento inverso no canal direito. Esta técnica, para além de engrossar o som, consegue com que uma faixa seja mais perceptível dentro da música.
  • Duplicar: sem dúvida a minha técnica favorita, em especial para guitarras com distorção. Gravemos uma faixa e colocamo-la no canal esquerdo, e a seguir gravamos exactamente o mesmo, mas desta vez para um canal direito.O resultado é um som cheio e encorpado. Variações desta técnica são usar as mesmas notas mas com outro som, guitarra, amp. Podemos tocar até uma oitava acima ou abaixo, e em, acordes usar diferentes inversões. Ou uma guitarra de 12 cordas.

Camadas:

Que podem soar mais potente que uma guitarra? 5!!! Sem dúvida. Gravem várias vezes o mesmo pode dar-nos um som bastante cheio e potente. Foi assim que Metállica gravou o “Black Album”. Contudo, para além de ser bastante maçador, requer uma precisão fora do vulgar. É que quantos mais instrumentos colocarem, mais confuso se tornará o som. Um dos segredos está na mistura. Usem muito Panning e EQ para encaixar as diferentes camadas.

Pitch Shift:

Podemos criar algumas faixas extra alternando a afinação com um pitch shifter, isto pede um efeito chorus, mas é preciso não exagerar senão soará desafinado.

Sejam criativos:

Usem novos efeitos, misturem as técnicas aqui apresentadas. Usem vários amps numa só guitarra. Comprimam uma faixa e misturem-na com a original. Usem vários microfones e se possível com utilizações pouco convencionais. Enfim, as possibilidades são ilimitadas.

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