Estávamos perto do Natal quando me entregaram este “servicito”. O dono estava um pouco triste com o que de repente aconteceu a sua guitarra. Acontece um bocado estes incidentes quando entregamos guitarras a pintores de “carros”. Madeira e ferro têm procedimentos diferentes na hora de pintar. Não caiam no erro…
O meu amigo quando fez esta pintura, reparou que os veios da madeira eram esteticamente muito agradáveis: Não tinha nós, não eram bocados colados, nem os seus veios se encontravam contaminados com aquele desagradável tom acastanhado que caracteriza o Freixo. (mas que nunca se vê em guitarras) por isso ele pediu-me: ”Quero a guitarra preta, mas que se vejam os veios da madeira”.
Acedi ao pedido do homem sem hesitação. No entanto, apareceram uma série de contratempos:
1º O anterior pintor tinha deformado a forma da guitarra aquando a lixagem (suponho que tenha sido ele). Para corrigir o erro aplicou vigorosas camadas de massa-ferro. Temos de ter em atenção que este produto costuma gretar se for aplicado em camadas grossas, seja em madeira ou em ferro.
Como o objectivo era deixar o veio da madeira “a mostra”, tivemos então de lixar e rectificar a forma da guitarra (em especial a parte frontal da guitarra), eliminando assim as covas e desnivelamentos.
Passamos então ao segundo inconveniente:
2º Já tínhamos pintado guitarras com esta técnica mais do que uma vez. Mas o meu pintor desta vez disse-me que não estava a conseguir. Porquê? Simples…o negro tapava tudo! Disse-lhe então para diluir. Comentei ao dono da guitarra, e ele, generosamente enviou-me a hiperligação de um blogue espanhol, onde o Luthier comentou o mesmo problema.
O segredo estava em aplicar camadas de negro diluído. Lixando entre elas e a diluição deveria ir até 15% segundo ele. Esta leitura fez-me bater com a palma da mão na testa. Como me tinha esquecido de fazer isto! Na PRS fazem isto com diversas cores para criar profundidade. Aliás, já tinha visto muitas vezes combinações destas nas instalações da Amorim Revestimentos, onde misturavam cores bastante fora do comum (como roxo e rosa) para realçarem os poros da cortiça num pavimento castanho.
Rapidamente busquei a velatura negra e a pistola para passar a prática. Apliquei três camadas e lixei entre elas. Mas a última tinha uma diluição de 5% para o meu espanto. Simples e eficaz, como o “Ovo de Colombo”
Afinal, “Miserum pretus,negrum est”
3º Não sei que raios se passava, mas esta guitarra era sedenta de tapa-poros. Toda a gente, no ramo da carpintaria, sabe que o freixo é muito poroso. Mas este exagerava! Aplicou-se mais de 7 camadas grossas e depois tivemos de lixar vigorosamente até eliminar o excesso de material. Para quem não sabe, o excesso de tapa-poros só nos traria desvantagens, sejam elas estéticas, sonoras ou até na durabilidade do serviço. Dai…toca a lixar até ficar sem poros…
Finalmente, fizemos o processo de envernizamento, o qual não teve contratempos. Montámos a guitarra e desfrutámos o magnífico som dela (só por curiosidade, esta Tele tinha um selector de 5 posições para usar várias combinações entre o Humbucher e o Single Coil da Ponte.
Boa tarde.
Estive a ler este post e voilá, tenho uma guitarra parecida com esta (Fender Telecaster de 1978) que é uma reliqui, de cor preta que apresenta já alguns problemas de pintura tanto na frente do tampo como na parte de tráz pois são muitos anos de uso e de gozo.
A minha pergunta é a seguinte quanto ficaria (€s )para ficar como nova e se poderia mudar de cor estava a pensar no amarelo da Fender.
Sou do sul do país Moura Alentejo, coloca-se como enviar a dita se o valor for acessívél.
Cumprimentos
João Pereira
Boas.
A resposta ao seu pedido se encontra aqui:
http://www.fratermusic.com/reparacao-setup/instrumentos-cordas/
Sobre se de longe, não é problema. os CCT tem preços económicos que permitem envios desta magnitude.
Contudo, sendo guitarras como Fender ou Gibson não aconselhamos a pintura das mesmas. Dado que o Valor do relic será perdido.
Contudo, o cliente tem sempre a última palavra.
Já agora, Só deseja pintar o corpo da tele?
Boa tarde
Obrigado pela celeridade da resposta,já consultei a tabela, quanto á sua pergunta, sim apenas o corpo, relativamente ao pintar ou não talvez se vos enviar fotos me possam aconselhar visto que não são apenas riscos habituais do uso, e falo das fivelas dos cintos etc, mas na frente da guitarra o verniz está a descascar e a tinta a desaparecer, fica tão feio que já optei por tapar com pelicula autocolante da mesma cor que sempre remedeia a situação.
Cumprimentos
João
Boas João.
Muito obrigado pelo teu contacto.
Quando se trata de orçamentos não gosto de falar pelos comentários 🙂
Já que se trata de um caso muito deprimente de perda de tinta total vamos então pensar na hipótese de pintar (quem dera que fosse assim tão fácil com os carecas)
Podes mostrar-me o tipo de acabamento que desejas? Vendo posso fazer-te um preço porreiro (inferior aos 150€ habituais)
Desejas que se veja a madeira? ou tinta opaca?
O verniz pode ser mate? Ou de alto-brilho?
Manda uma foto!
Abraço
olá, tenho uma guitarra craft fly in v, ja pintei ela uma vez, porém não gostei do resultado, kero fazer uma manutenção geral nela e kero começar pela pintura, gostei dos posts no qual vi aki e gostaria muito de sbaer quais materiais necessarios para que eu possa fazer uma pintura bacana obs: a pintura q eu kero fazer é preto fosco q foi a q eu colokei anteriormente. obrigado desde ja.
Se vai começar na pintura se calhar sugiro começar pelos vernizes poliuretanos. Mas pode usar acrílicos ou nitrocelulosos. Para fazer uma pintura bacana tem de se ter um bom equipamento e muita paciência.
tenho otra coisa, gostaria de saber se vcs fabricam braços para guitarra e como faço para medi-lo para q possa encomendar um, o meu esta kebrado bem na parte superior do tensor, keria saber tbem se tem jeito ou somente trocando o braço.
Boas.
Fazemos sim senhor. Se calhar o melhor é enviar o seu braço e assim fazemos um igual. Mande fotos se dará para restaurar o seu braço