Pintar Guitarra – Egmond Acústica
No universo das guitarras nunca sabemos tudo e sempre há mais uma marca que ficámos a conhecer. Foi o caso deste último restauro de guitarra. Uma guitarra de marca Egmond. Marca que não conhecia, mas que parece andou pelas mãos de gente famosa nos anos 60:
http://www.egmondguitars.nl/
Sinceramente, a guitarra que me tinha calhado na mão não me parecia que tivesse algum valor. O som até era bastante pobre. Mas pelo menos fiquei a conhecer mais uma marca.
Esta guitarra foi comprada na Holanda, por uma pessoa bastante simpática, que decidiu oferecê-la ao seu filho como prenda de aniversário. Eu pessoalmente não me passaria pela cabeça dar uma guitarra”vintage”a um miúdo de 10 anos, mas a irmã disse-me de uma maneira muito despachada: “ Ele já tem 2 guitarras eléctricas, por isso, esta é algo diferente!”
Os problemas desta relíquia eram sobre dificuldade que oferecia na sua tocabilidade, com uma acção muito alta e a pintura por detrás do braço toda descascada, tornando-a muito incómoda de tocar.
Quem costuma ler os meus artigos sabe bem que não sou partidário de pintar guitarras vintage, mas neste caso, decidi abrir uma excepção.
Porquê?
Primeiro: Não achei que a guitarra tivesse algum valor comercial.
Segundo: Aquela irregularidade da tinta a tornava um incómodo para tocar.
Sendo assim, procedi a retirar a tinta da parte traseira do braço. Para tal, desmontei o braço do corpo e encontrei um sistema “bolt-on” fora do comum: “dois parafusos e uma mola”. Embora fosse um sistema prático, temos de admitir que é péssimo a nível sonoro já que a mola e a própria fixação não permitem uma boa fluidez das vibrações por toda a guitarra.
Não fui muito cuidadoso a eliminar pequenas imperfeições. Deixei-as estar, pois elas contribuíam para dar uma melhor homogeneidade ao trabalho. Sería ridículo apresentar uma guitarra velha pela frente e nova por trás.
Demos também uns retoques por toda a guitarra e acabamos com o problema da acção alta, ajustando a inclinação do braço.
No fim, sugerimos ao pai do futuro dono a colocação de um Pickup de jazz”Kent Armestrong”. O som abafado desta guitarra certamente seria bom para uma sonoridade “jazzy”.
O homem mostrou-se bastante entusiasmado com a ideia. Falta saber se um jovem de 10 anos terá esse mesmo interesse pelo género musical.
[wpsc_products product_id=’207′]