Pintar guitarra- Efeito “Relic”
Nos inícios quando se falava de “relic“em guitarras era basicamente sobre a deterioração das mesmas com o uso e a passagem do tempo, dando-lhe assim um aspecto de “gasto”.
Mas na actualidade, e com as tentativas de recriar este efeito artificialmente tem aparecido abordagens diferentes para este processo:
- Podemos tentar recriar a passagem dos anos na madeira mais genuína possível, utilizando dezenas de técnicas e dando suma atenção aos pormenores.
- “Hard Relic” técnicas pouco ortodoxas para conseguir um efeito de desleixo. Nestes casos só a criatividade tem limites…Estão incluídas:
- Atirar as guitarras pelas escadas abaixo.
- Amarrar a guitarra ao carro (com uma corda) e dar um passeio
- E num caso que efectuei : martelo e formão.
- “Soft Relic” nestes casos não interessa ser fidedigno, nem destruir o instrumento, apenas atribuir certas características estéticas do “relic”. Alguns exemplos:
- Os cromados manchados
- Um braço com cor mais torrada, menos verniz ou tradicionais falhas do desgaste.
Este último trabalho que efectuamos se enquadrava nesta categoria. O dono da guitarra comprou um kit PRS por um bom preço. Decidiu então fazer algo original: Pintar em negro mate e colocar falhas de tinta em algumas zonas, apenas para que fique com uma aparência diferente.
Sendo assim, definimos as áreas a tratar e demos inicio ao trabalho.
Em primeiro lugar usámos tapa-poros para tratar a madeira bruta. Sendo um kit económico teria imensas falhas que também tiveram de ser corrigidas com massa.
A seguir, cobrimos o binding e aplicámos um corante e de seguida, aplicou-se o esmalte negro. Este corante cria um belo efeito na madeira depois de efectuado o “relic” (Muito semelhante ao primário celuloso que tinham as Fender dos anos 60).
Depois de corrigir algumas imperfeições na pintura (especialmente no binding), aplicámos a lixadora nas áreas a processar. Depois efectuámos alguns retoques cirúrgicos com lixa manual.
Finalizámos então com 3 camadas de verniz e montámos a guitarra.
Outros serviços efectuados:
- Setup, afinação Drop C com Cordas Elixir 0.12
- Nivelamento dos trastes
- Isolamento (shielding)
- Instalação de um pickup Dean reciclado e um Endwistle “Dark Star”
E mais uma vez somos os primeiros a ouvir uma menina destas a gritar 😉