Já há algum tempo, um coleccionador de baixos Fender trouxe-me um Precision Bass para analisar os Pickups. Dizia-me ele que lhe faltavam os graves. E realmente lhe faltavam os graves característicos de um baixo. Substitui por outro par de Pickups e assunto arrumado.
No obstante, os Pickups voltaram para cá na tentativa de descobrir o que se passava com eles. O primeiro problema foi descoberto com o multímetro: Os fios estavam cortados e notavam-se as marcas de pancadaria.
Contudo, havia um segundo problema mais subtil. Os Pickups estavam a perder o seu magnetismo. Estes pickups, feitos em AlNiCo (liga de Alumínio, Níquel e Cobalto) tem um tempo de vida relativamente curto (umas dezenas de anos) em comparação aos magnetos cerâmicos (de alguns milhares de anos) e acontece que muitos instrumentos das décadas de 60 e 70 tenham de ser remagnetizados.
Para além disso, os imãs artificiais podem perder o seu magnetismo com impactos físicos e contacto com outras ondas eletromagnéticas, tais como telemóveis, outros imãs e transformadores.
Antes de colocar mãos à obra temos de ter atenção que Leo Fender criou este género de pickups para trabalharem como se fossem um humbucker. Para tal, um dos magnetos está com polaridade norte e a outra a sul. Para além disso, uma das bobinas está enrolada no sentido dos ponteiros do relógio e a outra no sentido inverso. Com isto em mente podemos replicar o modelo.
Depois de rebobinado como indicamos anteriormente, passamos entãoa magnetizar o pickups novamente. Para tal, usamos dois imãs potentes (os da imagem são um exagero).
Como o fazer?
Temos de alinhar as polaridades para que uma face “norte” esteja em frente a uma face “sul”
Deixemos um espaço estre os imãs onde consiga passar o pickup e pouco mais
Agora temos de passar o pickup diversas vezes (quantas mais melhor) por entre o campo magnético e o mais devagar possível. Obviamente têm de confirmar se é a polaridade correta. Caso se tenha enganado basta repetir o processo, mas invertendo o pickup.
Aplicamos então os pickups a um Precision dos anos 70 e constatamos que agora estava tudo O.K.
Um som magnífico…Não acho.
Melhor que o que estava …Sem dúvida.