Um dos acidentes mais desagradáveis numa guitarra é quando se parte em 2. E como a corrente rebenta sempre pelo elo mais fraco, é habitual que as guitarras rebentem na junção da cabeça com o braço. Primeiro, porque é a área da guitarra mais fina, e em muitos casos (é mesmo comum entre as guitarras Epiphone) o canal que dá acesso ao trussrod fragiliza ainda mais esta zona. Para além disso, temos o grave inconveniente da tensão das cordas, que não é tão pouco quanto isso.
Tudo isto junto é um caldo explosivo. Basta uma pequena queda e um bocado de azar.
A reparação é simples mas demorada. A devida secagem do material não nos permite fazer uma reparação destas em menos de uma semana.
Aqui vos apresento dois casos ingratos para os respectivos donos. Duas guitarras partidas na mesma área, mas de maneira diferente.
Esta Epiphone quando me chegou ao Atelier julguei ser um daqueles casos quase perdidos. A área de colagem era diminuta. O braço tinha sofrido várias fracturas e o Trussrod estava mesmo a estorvar. Aplicar cola nele acidentalmente seria uma dor de cabeça.
Primeiro tivemos de resolver o assunto do braço. Para poder penetrar nas ranhuras fui obrigado a utilizar Ciano-acrilatos.
O seguinte passo foi aplicar 2 barras de aço (e não ferro ou alumínio) que penetrassem na madeira mais de 10 centímetros. Apenas uma solução tão radical como esta é que me permitiria dormir descansado. Fiz as medições para enquadrar a cabeça e apliquei cola époxica de 5 minutos. Da maneira em que foi o golpe me era impossível aplicar um grampo. Assim tive que manter-me 5 minutos a fazer pressão. Daí ter usado este género de cola.
Foi aplicada a tinta e o verniz e “voilá” mais um guitarrista satisfeito.
No caso desta Ibanez, as coisas eram bem mais fáceis. Levara 2 reparações anteriores, mas bastante medíocres. Aplicaram cola branca vulgar sem sequer prensar as peças. Na segunda vez colaram um triste, parafuso autoroscante, que para além de ser uma inutilidade, ainda veio prejudicar a estética.
Neste instrumento bastou aplicar uma barra para conseguir firmeza. A superfície de colagem faria o resto. Os problemas surgiram mais em diante, os dias chuvosos de Janeiro fizeram com que mais do que uma vez o verniz ficasse branco.
Nem tudo nesta arte é um mar de rosas…tambem sofremos de contratempos e nem tudo sai a perfeição. Dado que fui obrigado a lixar várias vezes essas camadas, o acabamento desta guitarra não atingiu a perfeição. Ficará para uma próxima…
Vejam aqui mais casos destes reparados pelo nosso Staff
Sofreram do mesmo azar? Não desesperem, usem o nosso formulario.
Vendo os diversos exemplos de “heads” reparados, fico com a impressão que refazer com perfeição o acabamento é sempre o mais difícil.
Sim..é a parte mais complexa…dependendo das cores 🙂
cara.. minha guitarra caiu no chão mais não chegou a guibrar de fez.. só apenas rachou um pouco e quebrou um pouco.. mais não quebou de vez.. não ficou em duas partes.. deu uma rachada.. o que eu faço?? passo cola? levo em uma profissonal que mexe com isto??
Se não sabe o que deve fazer é melhor ir a um profissional. Assim evitam-se erros 😉