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Entrevista a Yossi Sassi

Hoje tivemos a oportunidade de fazer uma entrevista a alguém que nos visitará brevemente. O conhecido guitarrista Yossi Sassi, oriundo de Israel. É pioneiro na composição do “Oriental Rock”, levando este género a níveis nunca antes vistos. Foi o guitarrista, compositor e produtor da banda “Orphaned Land” (uma banda israelita de Metal progressivo); e fundador da “Yossi Sassi Band”

Com o seu estilo Sui Generis já ganhou diversos prémios e partilhou o palco com grandes nomes da música.

Em conjunto com o luthier Benjamin Millar, Yossi criou um novo instrumento, o “Bouzoukitara“, uma junção do Bouzouki grego com uma guitarra eléctrica, e que se tornou a sua “imagem de marca”

Fala-nos um pouco sobre ti. Como te inicias-te no mundo das guitarras? Quais são os pontos altos da tua carreira?

Entrei no mundo das guitarras aproximadamente aos 13 anos. Antes disso tinha tocado a flauta, mas a guitarra foi “a grande experiência“. Desde ai nunca deixei o mundo dos instrumentos de cordas. Fundei os “Orphaned Land” em 1991, pioneiros do Metal do Meio Oriente. Fizemos tournées pelo mundo fora, abrimos para os Metallica, fizemos com que aquele sonho se torna-se realidade.

Em 2011 fundei o meu grupo, onde fusionava o Ocidente com o Oriente dentro do Rock progressivo (assim como Metal) Já lancei 3 álbuns com esta banda. Já gravamos e partilhamos o palco com Marty Friedman, Ron ‘Bumblefoot’ Thal e muitos outros grandes músicos com a “Yossi Sassi band” Tive o privilégio de tocar com Steve Vai, Dave Lombardo, Steven Wilson e outros músicos muito talentosos. O nosso último lançamento, “Roots and Roads” foi lançado em 26 de Maio, ganhando surpreendentes “reviews”. Estaremos a fazer a digressão europeia entre Setembro- Outubro de 2016 com o novo album, e a nossa banda de surporte serão os “Sechem”

Credit Photo © Ami Bornstein

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A pregunta da praxe: Quem são os teus “Guitar Heroes”?

Bem, existem muitas influências. Mas os principais são Joe Satriani e David Gilmour. Tenho muita consideração por muitos outros, entre eles Gary Moore (Falecido) e Jason Becker.

Podes falar-nos um pouco sobre o teu material? Amplficadores, Pedais, Sistemas, Cabos…

Como qualquer maluco das guitarras o meu equipamento varia de vez em quando, mas nos últimos anos tenho mantido alguns elementos no meu equipamento habitual. Amplificadores ENGL (Uso o Invader100 ou o IRON-BALL E606 para espaços pequenos), Efeitos Greenhouse (principalmente Delays) TC Electronics (Trinity Reverb) Todos estes são agora os meus Endosers, Trabalhamos juntos já há alguns anos e estou deveras satisfeito com a sua qualidade, tanto em estúdio como “ao vivo”. Uso cabos Mogami.

Sobre a guitarra, que modelos usas e qual é a tua favorita? Usas os pickups originais? Que é que mudaste nela?

Já uso PRS há anos e adoro a sua qualidade e tonalidade. Fiz algumas alterações na minha Tremonti e Eagle (ambas são artist series) A minha guitarra principal é a Bouzoukitara, um híbrido único de 3 guitarras num só corpo. Construi-a conjuntamente com o luthier Benjamin Millar (Millar Guitars) um artesão talentoso. Em estúdio emprego muitos modelos para sons específicos, algumas Strats Fender, algumas guitarras de 7 cordas, etc.

Se tivesses de escolher apenas 3 pedais do teu arsenal, quais seriam e porque?

Trinity Reverb (TC Electronics), Retro Sky Dela da Greenhouse, e o meu pedal A_B switch custom made. (onde alterno o Bouzouki com a Guitarra)

Credit Photo © Ami Bornstein

Quais são os tipos de cordas que usas e palhetas? Usas diversos tipos de afinação?

Uso cordas D’orazio, sets híbridos 09-46 (nickel wound). Também utilizo a marca D’orazio para o meu Bouzouki. Uso palhetas custom design da InTune GP. Costumo usar a afinação Standard em MI (A 440) mas todo e componho também em Drop D. Em temas acústicos componho muito em DADGAD. Possivelmente as peças mais importantes do meu arsenal sejam a minha Neo strap (GruvGear) e a minha softcase para a minha Bouzoukitara, também da GruvGear. Realmente “fazem a diferença” na hora de carregar os meus instrumentos nos aeroportos, e pelos palcos.

Qual é a “altura” que usas nas tuas guitarras? És muito exigente com as especificações dos teus instrumentos?

Uso uma acção “um pouco alta“. Não sou propriamente um “shredder“, que precise de ter as cordas tão próximas da escala. Adoro fazer bendings dos grandes, algumas vezes de 2 1/2   . Tenho uma maneira muito especial de substituir as cordas. Para além disso, não tenho muitas exigências.

Tens muitos Endosers? Como os conseguistes?

Tenho a honra de trabalhar com algumas das marcas mais conceituadas que existem: Amplificadores ENGL, Guitarras PRS, TC Electronics, Efeitos Greenhouse, Electro Harmonix, GruvGear (alças e caixas) Cordas D’orazio, Guitarras LAG e pickups BareKnucle (adoro-os, estão em quase todas as minhas guitarras!) Como os consegui? Cada um tem uma história diferente. Alguns contactaram-me. Outros, fui eu a contactá-los. Mas o importante é que adoro o que eles fazem.

Que conselhos podes dar aos guitarristas portugueses que os ajudem a evoluir musicalmente? (técnica e metodicamente)

Existem montes de conselhos, mas todos se podem resumir em sermos nós próprios. Absorver muitas influências, ouvir montes de guitarristas, mas encontrar no teu coração a tua “sound signature

Que faz de ti único? Para mim foi a fusão do Oriente com o Ocidente, a minha tonalidade “Oriental” no Rock.

Focar-te em ser o melhor que realmente és. E nunca parar. Fazê-lo sempre. Todos os dias. Sempre em frente. Grava música todos os dias, faz uma Jam de cada vez que possas. Toca com os outros donde estejas. “Tocar guitarra te fará um guitarrista; tocar com outros te fará um músico”

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Que pensas sobre o panorama musical português nos dias de hoje?

Adoro o povo português, a sua comida, as paisagens, tudo! Tenho antepassados portugueses do lado do meu pai, por isso, quem sabe? É possível que algum dia peça a nacionalidade portuguesa 🙂

Adoro Moonspell, são uns bons amigos, naturalmente. Por acaso participei no último album “Extinct”. De resto não conheço muito da actualidade musical, mas gostaria bastante ouvir artistas portugueses. Enviem-me música para ouvir  😉

Pensas que ainda existe espaço para “música instrumental” feita por guitarristas?

Oh sim. Embora tudo tenha mudado. Mas, na vida, tudo muda. A cultura, os smartphones, costumes. A tecnologia está em toda a parte e os géneros musicais movem-se de acordo a isto. Mas existe um público para a música instrumental, e também para a guitarra instrumental. É difícil ver outro Joe Satriani ou um Steve Vai nos próximos anos (assim como Van Halen e Michael Jackson)

Contudo, acho que a guitarra é essencial para a música, e voltará. As pessoas necessitam de música “genuina”, com verdadeiros instrumentos, madeira e cordas. Não tralha electro-produzida.

Podes falar-nos sobre os teus projetos actuais, e os vindouros?

Tenho muitos! Agora vou iniciar a tournée europeia (Estaremos em Portugal) Nos vemos no RCA Club em Lisboa (30 de Setembro) e no Hard Club no Porto (1 de Outubro)

Estou a produzir alguns artistas israelitas, assim como alguma música de África. Também dou aulas sobre Produção e Musicologia. Escrevo música para séries de TV na HBO, e estou a fazer a música para um filme de Hollywood (que será lançado em finais de 2017), por isso, estou bem ocupado.

Venham ao nosso show em Portugal e digam “Olá”  Vamos falar sobre guitarras!

Credit Photo © Ami Bornstein

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