Condensadores para guitarras. O que devemos saber…
Os condensadores; esses pequenos componentes electrónicos que costumam estar encima do potenciómetro de tom; normalmente são motivo de discussão sobre a sua influência no som de uma guitarra. Eu pessoalmente, achava-os uma nulidade. E nunca me dava ao trabalho de utilizar o controlo de tom para nada. Até que um dia decidi trocar valores e tipos de condensadores numa guitarra que cá tinha.
Por isso, não caiam no erro de menosprezar este componente, pois ele pode dar-nos uma nova palete de sons. Há quem diga que altera o nosso som drasticamente, mesmo sem utilizar o controlo de tom (ou seja, com o circuito em aberto) dado que eles fazem parte do circuito.
Os condensadores são componentes que armazenam energia. São simples, robustos e baratos. Eles possuem 2 valores. Voltagem e capacidade.
Em relação a voltagem as nossas guitarras não precisam de valores elevados, por isso estes valores podem ser baixos. Um valor de 100v dá-nos a garantia de nunca queimar. Ainda assim, a norma é de 400 e 600 volts.
Em relação a capacidade, o valor expressado é em Farards. Mas como isso é uma capacidade enorme, os valores que normalmente se usam são expressos em Microfarads. No caso das guitarras usaremos também os nanoFarads. Os valores que podem aplicados numa guitarra/Baixo vão entre os 0.01 uF até os 0.001uF. Estes valores determinam na prática a capacidade de corte de agudos. Um valor alto; p.e 0.047uF (muito usado nas Gibsons); nos dará um som mais grave e abafado do que um condensador de 0.022uF (bastante empregue nas Fender).
No entanto, para complicar a escolha existem um sem fim de condensadores. E temos de ter presente que não há condensadores bons ou maus! Apenas com som diferente. Por isso, temos de relembrar que nesta matéria impera o gosto pessoal. A minha sugestão é que testem vários condensadores e vejam qual é o vosso preferido.
Ultimamente tem crescido um certo fanatismos pelos condensadores Vintage (ou os descontinuados, como são chamados pelos fabricantes) Mas estes são sobrevalorizados em preço e considero que, embora soem bem, não compensa semelhante investimento.
Aqui fica uma lista dos condensadores mais utilizados dentro dum circuito de uma guitarra eléctrica:
Sprague “Black Beauties”
Estes condensadores têm um certo misticismo dado que são da era das Gibson Les Paul’s dos anos 50. Há quem afirme que são eles os responsáveis pelo som característico daquela época. São condensadores caros e só se encontram em lojas especializadas.
“Bumblebees”
Outros condensadores antigos e um tanto dispendiosos. Têm um formato cilíndrico e linhas às cores, semelhantes aos das resistências. Tem um excelente som e estavam muito em voga nas guitarras dos anos 50-60.
“Tropical Fish”
Estes condensadores são bastante vistosos dado que se assemelham a peixes tropicais: Planos; Formato vertical e repleto de riscas às cores. Raramente são vistos em guitarras. Mas eram muito usados em amplificadores e pedais. Contudo, não devem ser menosprezados na hora de escolher um condensador original para a vossa guitarra.
“Cerâmicos”.
Estes são os condensadores mais comuns que se podem ver nas guitarras. São pequenos discos Castanho-Claro, bastante baratos e facilmente acessíveis. A maior parte deles caem também na categoria de soar a barato. No obstante, nem todos os condensadores cerâmicos soam mal. A maior parte das Fender dos 50, 60 e 70’s tinham estes condensadores. Procurem as marcas Sprague ou Erie para melhores performances.
“Orange Drops”
Estes condensadores são muito conhecidos dado que dão um excelente som e ainda são fabricados. Marcas como a Fender e PRS os usam para artigos de excelente qualidade. São fáceis de reconhecer pela sua cor laranja.
“Silver Mica”
Estes condensadores também são potenciais pretendentes a um controlo de Tom, e são largamente usados para Treble Bleed. São reconhecidos pela amassadela (ou ranhura) no meio do condensador.
“Condensadores de Película”
Existem um sem-fim deste género de condensadores. Consistem em pilhas de folhas de material dieléctrico intercaladas por eléctrodos metálicos. Os materiais dieléctricos mais utilizados são o papel, o poliéster, o policarbonato, o polistireno, o polipropileno e o poliphenilenesulfito, cada um deles visando uma gama de aplicações muito bem definida. São conhecidos nesta gama os Mallory, os Dijon, Os Vitamin e os Paper-Oil da Jensen E até os Orange Drop!
Existem mais modelos de condensadores, como os electrolíticos, mas não são usados…Mas nada como experimentar.
Dada semelhante oferta, o que podemos fazer para escolher o nosso condensador preferido sem ter o abismal trabalho de desmontar guitarra, soldar condensador, montar guitarra e voltar ao ponto de partida?
Simples: Soldem 2 cabos no potenciómetro de tom, mesmo donde deveria estar o condensador. Nas outras extremidades coloquem 2 pinças, onde colocaremos os condensadores que vamos testar. Desta maneira torna-se bastante fácil e rápida a experiência.
No entanto; e já aconteceu a mais do que a uma pessoa; muitas vezes temos mais do que um favorito e a escolha se torna difícil. Nestes casos podemos optar por um Rotary Switch. Assim temos o nosso problema resolvido.
Um pormenor que deveis ter em atenção é que se um condensador soar muito bem numa guitarra não necessariamente soará bem noutra. Cada guitarra, no seu conjunto, é um circuito quase único. Por isso, não caiam no erro de pensar que aquele condensador que soa tão bem na vossa Telecaster soará tão bem na vossa Les Paul.
Não hesitem em experimentar condensadores baratos ou com medida fora dos Standards. Pessoalmente gosto de valores inferiores aos tradicionais, dado que o som não fica tão abafado e é possível controlá-lo melhor com o potenciómetro.
E nunca se esqueçam, estes componentes também são utilizados para a MOD Treble Bleed.
Se necessitarem, podem encontrar aqui condensadores para Guitarra/Baixo.
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