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O som vem dos teus dedos

Como músicos procuramos o melhor som. Normalmente, o melhor som que o mercado nos possa oferecer. Estamos sempre a procura de um amplificador melhor ou de outra guitarra com uma sonoridade “única”. E não falemos de pedais senão estaríamos a falar de muitos €€€ e muito tempo dispensado.

No obstante, podemos ter mudanças de tom e sonoridades incríveis apenas usando as nossas mãos. Um instrumento bem afinado pode gerar uma grande quantidade de tons sem qualquer alteração electrónica. O grande som vem dos dedos, embora seja bastante esquecido.

Pensemos só no caso de alguns guitarristas famosos como Satriani, Malmsteen, ou Clapton. Toda a gente conhece o seu equipamento, e não faltam adeptos no mundo a tentar emular a sua sonoridade. Gastam milhares em equipamento, mas no final, sentem que não é a mesma coisa.

Do lado contrário, já vi a Satriani, Van Halen e Malmsteen a tocarem em equipamento de baixa gama (leia-se guitarras e amps baratos) mas se sombra de dúvida era o som deles.

Agora…Como é possível? Se normalmente estamos a falar de 4 dedos, 6 cordas e uma palheta… Como se consegue uma diferença tão grande de tom com esta pequena combinação? Aqui descrevo algumas características que definem “o nosso tom”.

Onde tocamos?

Quase todos nós já nos apercebemos que ao tocar perto da ponte ficamos com o som mais agudo e brilhante, se tocarmos perto da escala, ou mesmo em cima dela, temos o efeito oposto. Existe em muitas variedades tonais entre estes extremos e isto ajuda a caracterizar o som de cada um de nós.

Mas há mais, quando vemos guitarristas de flamenco (ou até o próprio Steve Vai) tocando em diferentes áreas da guitarra, não é só para o “show”. Com isso conseguem uma modulação do seu som.

Onde buscamos a nota?

Uma das características da guitarra é que podemos tocar a mesma nota em vários sítios. No piano, p.e. um dó central é apenas naquela tecla. Na guitarra temos a hipótese de buscar essa nota em 4 sítios diferentes. Mas nenhuma dessas 4 notas soa igual.

A espessura da corda e o comprimento da mesma influência na sonoridade, dando a cada nota uma certa “individualidade”. Por isso, a mesma “malha” soa diferente se é tocada no 7º traste em comparação com o 12º traste.

Com que dedo tocamos?

Se não acreditas que muito do nosso “tom” vem dos nossos dedos, então experimenta fazer uma frase simples com o dedo indicador, e a seguir, fá-la com o mindinho. Diferenças no som? Certo! O mesmo acontece se fizermos uma frase só com 1 dedo ou com vários.

A massa dos teus dedos, a força dos músculos, a destreza dos dedos, e até a forma dos mesmos afectam directamente sobre a sonoridade. Todos sentimos quando alguém não está confiante a tocar (especialmente nos principiantes) e vice-versa. Isto reflecte-se nos dedos.

Como pulsámos as cordas?

Nem vale a pena discutir que o som é diferente se usarmos os dedos ou a palheta, mas podemos analisar as diferenças existentes em usar o dedo polegar ou outro dedo da mão direita. Sem querer aprofundar neste tema, podemos ver que na música clássica usam-se 2 tipos de pulsação (e no flamenco temos muitas delas (destaco o “rasgueado”, golpe agressivo sobre as cordas como se estivéssemos a jogar berlindes).

A intensidade do golpe influência drasticamente o nosso som. Faz toda a diferença tem um toque forte, agressivo e energia em comparação a um golpe suave, doce e cuidadoso.

Com que palheta tocamos?

O tamanho, forma e espessura da palheta condicionam o nosso som. Eu pessoalmente, mudo pouco de palheta, mas tenho algumas preferências:

Nos meus tempos de “shredder” utilizava palhetas grossas (1,5-2,5mm), pois elas faziam-me ter estabilidade, precisão nas notas rápidas e nos “sweeps”.

Hoje em dia emprego mais de 1mm, como uma opção “todo terreno”. Em casos de acordes em acústicas, opto sempre por palhetas finas (0.50mm). Dão-nos um golpe suave sobre as cordas e um som menos metálico.

Como abafamos?

Abafar as cordas é um papel importante no som de cada um de nós. Na distorção temos uma necessidade brutal de abafar as cordas com a mão direita, seja para ter um som amplo, uma melhor definição das notas ou ter uma acentuação diferente entre notas. Tudo isto vai imprimir uma certa personalidade ao nosso som.

Espero que este artigo vos ajude a refinar o vosso estilo. Tendo consciência destes pontos, podemos certamente evoluir como músicos e instrumentistas.

Agradecemos o vosso comentário:

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4 thoughts on “O som vem dos teus dedos

  1. Pedro diz:

    Gostaria de saber qual o nome da palheta da 3ª imagem e se possivel a marca.. ? Grato 😀

    1. Boa pergunta!!!! Quando encontrei a foto na internet achei graça porque nunca tinha visto pahetas iguais.
      Alguém saberá responder?

  2. HP diz:

    Sei eu, por acaso! 😀

    Ora aqui vai o link: http://www.alaskapik.com/

    1. Muito Obrigado amigo…

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