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FRET DRESSING – NIVELAMENTO DE TRASTES

Para que seja conseguida uma acção de cordas baixa é necessário que os trastes estejam micro-metricamente alinhados entre si, evitando assim um dos grandes problemas que assolam os guitarristas: O  trastejamento. Para esses problema existe o nivelamento de trastes (ou fret dressing).

2 dos problemas que requerem um Nivelamento são:

  • Depois de muito uso e abuso, os trastes da nossa guitarra começam a ficar gastos. Normalmente esse desgaste é demonstrado sob a forma de alguns sulcos, que são a causa de incómodos buzzings.
  • Acontece frequentemente que guitarras de baixa gama não tenham os trastes devidamente nivelados, fazendo com que existam trastes mais altos do que outros.
No momento do nivelamento o luthier/reparador normalmente irá verificar se existe algum traste solto. Caso haja, esse ou esses trastes deverão ser colados para que no momento da rectificação não se movimentem e acabem por ser gastos de maneira irregular. Após essa operação, a escala será isolada com fita-cola, principalmente se for maple. Assim evitam-se riscos anti-estéticos.

Agora os trastes já estão prontos para serem rectificados. As ferramenta usadas para essa operação são limas pouco abrasivas, pedra de carburundum (a mesma usada para amolar facas) ou lixas aplicadas em tacos de madeira ou ferro. Os tacos de madeira que utilizo tem uma curvatura que coincide com os braços das principais marcas (Fender- Gibson). Estes tem uma curvatura radial especificada em polegadas. Vejam só alguns:
No caso de rádios compostos – Género Ibanez, Jackson – Utilizo uma barra de ferro rectificada e vou lixando sempre como se fosse um cone (e não perpendicularmente em relação ao centro)


Outra ferramenta muita usada pelos luthiers é esta lima. Eu pessoalmente uso pouco. Prefiro por precisão ferramentas maiores. Apenas a uso para aplicar fallaway a partir do 15º traste.

Agora, todos os trastes devem ser atingidos por igual e com a mesma intensidade, com o braço direito e simulando a tensão das cordas. E sempre respeitando a curvatura radial da escala. Se assim não for, os trastes podem ser danificados e desnivelados. Até de forma irreparável, tornado a troca de trastes inevitável. Por isso, só profissionais experientes deveriam efectuar essa operação.
Ao nivelar os trastes entre si,  estes ficam com um formato plano. Dado que  lhe retiramos aquela forma arredondada, estes ficam com um aspecto de trastes velhos. Para além disso, tem uma tendência maior para o trastejamento, uma vez que a sua superfície de atrito, agora achatada, ficou maior.
Para evitar esse tipo de problema se utiliza uma lima especialmente desenhada com um formato redondo. Estas existem de 3 tamanhos para se adequar aos vários tipos e tamanhos de trastes. Essa lima é trabalhada num traste de cada vez, devolvendo-lhe o formato arredondado.
Para além disso utilizo a lima de 3 lados, com cantos arredondados.

No final, passamos lixa 400, 600, 1000 e palha de aço para eliminar qualquer risco nos trastes. Retiramos a fita-cola e hidratamos a escala com algum óleo (é recomendado o uso de Óleo de limão, mas sem encharcar)

Insisto que esse tipo de trabalho seja feito por um luthier de confiança. Não se atrevam a chegar uma lima aos vossos trastes sem saber tudo o que deve ser feito.

Para além disso, tenho constatado que existem alguns luthiers (não sei se por ignorância ou facilitismo) informam aos seus clientes que quando há um traste com sulcos apenas limam esse. Isso está errado! Limando apenas um traste, ficará mais baixo que os restantes e causa de buzzings.

Outro problema que tenho constatado é que existem luthiers (ou DIY) que por comodismo não efectuam o polimento devido dos trastes, deixando riscos. Isso é incómodo nos dedos e stressante para as cordas.

Espero que com este artigo possam compreender melhor o vosso instrumento.

Para quem deseje fazer este serviço por sua conta e risco pode ver na nossa secção de ferramentas da nossa loja Online.

17 thoughts on “FRET DRESSING – NIVELAMENTO DE TRASTES

  1. Vitor diz:

    Ola, eu gostaria quanto custa (mais ou menos) um reparo desses? eu cria baixar mais as corda da minha guitarra, mas n posso pois causa buzzings… o objectivo é k ficassem kuase “coladas” aos frets

    abraço

  2. Amigo. Pode visitar a nossa página destinada a reparações (onde encontrará os preços) Contudo, já lhe enviei uma mensagem pessoal.

  3. Daniel diz:

    Olá! Só não entendi muito bem a parte que diz simular a tensão das cordas. Como faz??!! Ab!
    “Agora, todos os trastes devem ser atingidos por igual e com a mesma intensidade, com o braço direito e simulando a tensão das cordas.”

    1. O que quero dizer com simular a tensão das cordas é que o braço da guitarra deve estar tenso como se tivesse as cordas afinadas (porque retirando as cordas o braço recua sempre um bocado)
      Isso cria-se com alguns tipo de bancadas. A mais conhecida é o Neck Jig da Stewmac.

  4. Luís Braga diz:

    Boa tarde. Tenho uma Takamine EG541C left hand e ainda não consigo estar satisfeito. As cordas que trazia originalmente tinham os graves muito mudos. Com amplificação – amplificador de guitarra eléctrica Roland cube 15 – a coisa funcionava, sem amplificação era uma desgraça. As agudas eram muito agressivas ao ouvido e aos dedos. Claro que não estava habituado a cordas metálicas. Como sou canhoto só tocava em guitarras acústicas com cordas de nylon. No entanto, já tinha experimentado guitarras electro-acústicas do género da minha para destros, e não me pareceram desagradáveis como a minha. Inclusivamente era e continua a ser difícil fazer acordes com travessões, normalmente dá um som pobre. Com as que experimentei de destros -penso que era uma Yamaha qq coisa – também me parecia mais fácil fazer travessões, isto é, o som não ficava tão pobre, e estou a falar de um canhoto a tocar com uma guitarra normal ao contrário. Mudei de cordas para umas Fender phosphor bronze ligth, a coisa melhorou, não magoa tanto os dedos, as cordas graves ouvem-se melhor mas ainda não me satisfaz. Atenção que, como já devem ter percebido, sou um ignorante no assunto, toco de ouvido e sou muito pouco exigente, mas mesmo assim….. Terá solução o meu caso? agradeço a resposta

    1. admin diz:

      Boas Sr luis.
      Em instrumentos económicos os graves são um verdadeiro problema…ela nasceu assim e acredito que assim deverá morrer, pois alterar esta característica será substituir o tampo e voltara envernizar…coisa que não compensa.

  5. Luís Braga diz:

    Sou o mesmo da Takamine. Agora é para pedir uma opinião. Também tenho duas alhambras, uma 4P de pau-santo e uma outra que comprei aos 16 anos no Corte Inglês de Sevilha há . . . .41, quarenta e um anos, por 400$00!!!!!!! Só descobri que era uma Alhambra no dia em que comprei a 4P. Os acabamentos são maus, os carrilhões feios e maus mas o som é, no meu entender tão bom ou melhor que a 4P, mesmo com cordas velhissimas e cheia de rachas.
    E são as rachas que me trazem aqui. Como a guitarra não tem valor comercial, mas afectivo – foi com ela que comecei a tocar, ou a fazer barulho – queria ser eu a repará-la. Tenho medo de mexer e estragá-la, mas acho que não tem sentido estar a gastar dinheiro nela até porque, como já disse, toca bem e com bom som. Tem algumas rachas no tampo superior e uma – grande – no inferior. Algumas das de cima já as colei e ficaram ok. mas há outras que terão de levar, no meu entender, algum reforço. Questão nº1: onde arranjar material para o reforço e que cola usar – Araldite? Questão nº2 : claro que tenho de descolar os tampos, mas como? Há alguma substância química que descole os tampos, ou fz-se de forma mecânica, isto é, arranca-se? Se usar contraplacado fininho ( 2mm – dividir comtraplacado de 4mm ao meio) para reforçar as rachas dos tampos, estraga muito o som? Eu sou “jeitoso” a fazer bricolages e dava-me mto. gozo arranjá-la.
    Já aora, em relação à Takamine EG541C, se houver maneira de a melhorar, será muito demorado e, ou dispendioso o vosso conserto?
    Obrigado pela atenção.

    1. admin diz:

      Boas.
      A melhor cola é a titebond….nada de colas epóxicas!
      Tem de aplicar pequenos boado de madeira (1.5 cm2) em forma bicuda para não alterar o som. Muito mais do que isso é abafar o tampo.

      Sé é para descolar o tampo vai ter certamente problemas pois não é uma tarefa simples para um profissional, fará para alqugém que nunca fez isto. Se calhar é melhor efectuar o trabalho pela boca da guitarra.

      Cump.

  6. Joao diz:

    Ola, eu tenho uma epiphone special II GT, e não estou satisfeito com os trastes, como é uma guitarra de gama baixa vem com jumbo frets, outra coisa, as cordas estão muito afastadas dos trastes há alguma possibilidade de por as cordas mais juntas aos trastes. Se eu mandar fazer esta alteração quanto é que vou gastar?
    Obrigado pela atenção.
    Cump.

    1. admin diz:

      Boas.
      Eventualmente só com um setup ou nivelamento de trastes e terá o seu problema resolvido.
      Estamos a falar entre 15 a 30€

      Contudo, se houver mais alguma coisa…a troca de trastes fica-lhe por 60€

  7. Antonio diz:

    Ola tenho uma ibanez jem fp, e os trastes estâo muito vincados talvez um pouco mais que na primeira imagem que aqui aparece,sera que sera necessario muda-los ou um setup ou nivelamento sera suficiente? Outro assunto È que nesta mesma guitarra no seu braço por detras apareceu uma racha mais ou menos pelo meio e ao comprido não é muito aberta mas tenho medo que se venha prolongar mais, voçes fazem tambem estas reparaçoes? Por favor digam alguma coisa pois queria arranja-la. Obrigado!!!

    1. admin diz:

      Boas.
      Responderemos via e-mail.
      Muito Obrigado.

  8. Bene Jassen diz:

    Oi Boa tarde , possuo um violão Condor Dreadnought com cava ……. , ele possui trastes jumbos e uma pestana de latão , mas nesses dias troquei a tensão dele de 0,11 para 0,10 no calibre das cordas , mas no ato da troca de cordas comecei com lixas 600 e 1200 e palha de aço logo depois hidratei a escala porém percebi que , o violão esta com um leve trastejamento nos primeiros trastes , suponho que a área de contato nesses trastes esta com formato trapezoidal , por isso esse trastejamento apareceu além disso ocorreu um desvio no oitavamento e também na estabilidade da afinação , talvez foi algum desbaste com lixa 600 , mas o que importa e que para resolver o problema , tenho que realizar uma nova retificá ou existe algum método de coroamento de trastes apenas com lixas ou limas triangulares , se bem que existe essa especifica para o coroamento , como devo agir nesse caso para manter regularidade na tocabilidade desse instrumento

    1. admin diz:

      Boas.
      Sem ver o instrumento é difícil saber realmente o que se passa…mas palpita-me que não devia ter rectificado os trastes sem saber a 100% como o fazer.
      Penso que o problema ficaria resolvido apenas pcom mexer no trussrod e soltar um pouco a tensão. Experimente…

  9. nilton diz:

    bom dia amigo!vçs sao de onde?quanto custa a lima para arredondar trastes e o custo do envio demora muito a chegar.grato

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